Question 1

Classificação e Taxonomia

Accepted Answer

Classificação e taxonomia

Os organismos vivos são agrupados de acordo com características morfológicas bastante relevantes inclusive para o diagnóstico.

Aqui trataremos de organismos parasitos apenas pertencentes ao Reino Protista (em particular os protozoários) e ao Reino Animalia (em particular aqueles dos filos Platelmintos e Nematelmintos).

Conhecer a taxonomia dos organismos parasitos pode ser de grande relevância. Isso porque a hierarquia taxonômica se baseia principalmente em características morfológicas e funcionais. Assim, estes dados são de grande importância para o diagnóstico, pois se por exemplo, sabemos que o organismo causador de determinada parasitose é um protozoário, sabemos então que ele é composto por uma única célula eucariótica microscópica, com isso o diagnóstico poderá/deverá ser baseado na observação do parasito com o auxílio da avaliação microscópica.

▼

Código Internacional de Nomenclatura Zoológica

Simplificada

Reino ►

♦

Gênero ► sempre com a 1a letra maiúscula e em itálico nunca é repetido, mesmo em outro reino

ex.: Trypanosoma

Espécie ► Sempre binomial (gênero + 2a designação da espécie (toda minúscula)) e em itálico

ex.: Trypanosoma brucei

Sub-espécie ► Sempre trinomial (gênero + 2a designação da espécie (toda minúscula) + 3a designação da sub-espécie (toda minúscula)) e em itálico

ex.: Trypanosoma brucei brucei

Introdução a Parasitologia

Question 2

Helmintologia Médica

Accepted Answer

REINO ANIMALIA

Q: Filarídeos

Filarídeos Classe Nematoda Família Filariidae Wuchereria bancrofti Brugia malayi Brugia timori Onchocerca volvulus Loa loa Mansonella perstans Mansonella ozzardi Mansonella streptocerca = Dipetalonema streptocerca Acometem de 5 – 10% da população mundial se incluirmos Dracunculus medinensis e Dirofilaria immitis (zoonose) Família Filariidae MORFOLOGIA Filiformes / brancos – ligeiramente amarelados 2 – 50 cm de comprimento Fêmea – dobro do tamanho do macho Cavidade bucal não proeminente Vivíparos ► microfilárias (larvas) Macho – com 2 espículos copulatórios Microfilárias Variam entre as espécies na morfologia, localização no hospedeiro e tipo de periodicidade Apresenta um envoltório delicado, com origem na casca do ovo ► bainha A bainha esta presente em: Wuchereria bancrofti , Brugia malayi , B. timori e Loa loa Apresentam uma coluna de células cujos núcleos se coram profundamente e representam os rudimentos do intestino e outros órgãos ► ocupam quase toda a extensão do corpo das microfilárias ► auxilia na identificação da espécie em questão Introdução aos Filarídeos

Q: Nematohelmintes - Nematoda

Filiformes - Vermes Redondos ("round worms") Bem-sucedidos ► ampla distribuição em diversos hábitats distintos Maioria de vida livre ► > 300 mil espécies 50 espécies parasitas do homem 12 espécies mais importantes ► infectam acentuada parcela da população mundial ► espoliação, doenças, incapacidades físicas e perda de recursos econômicos Mais de 340 espécies de helmintos já foram descritas parasitando o homem MORFOLOGIA Tamanho ► 1-3 mm ( Strongyloides ) até ~ 1 m ( Dracunculus medinensis ) Sexos separados (dióicos) com dimorfismo sexual Fêmeas maiores que os machos Machos com um enrolamento dorso-ventral da porção posterior do corpo Ovo ► 4 estádios larvares (L1 a L4) ► L5 maturação sexual = verme adulto Cutícula ► Hipoderme ► Musculatura ► Pseudoceloma ALIMENTAÇÃO "Estratégias": Helmintos que vivem no interior do TD e se alimentam de microorganismos e material existente na luz do órgão ( Ascaris e Enterobius ) Vivem na luz intestinal e são desprovidos de cápsula bucal agressiva ► penetram na mucosa e provocam histólise ( Trichuris ) Se alimentam da mucosa intestinal ► cápsulas bucais adaptadas ( Ancylostoma ) Vivem nos tecidos ► histólise, sangue, linfa, líquidos inflamatórios ou celomáticos ( Wuchereria , Onchocerca e as larvas de Ascaris , Necator , Ancylostoma e Strongyloides ) Introdução aos Nematodas

FILO PLATYHELMINTHES

CLASSE TREMATODA

► Vermes achatados em forma de folha

MONOGENEA ► monoxênicos

DIGENEA ► heteroxênicos

CLASSE CESTODA

► Vermes achatados em forma de fita

FILO NEMATOHELMINTHES

Agentes etiológicos são animais:

pluricelulares com grande complexidade orgânica

Introdução a Helmintologia Médica

Question 3

Trematodas

Accepted Answer

Animais em forma de folha (poucos mm até 8-10cm) e corpo achatado dorso-ventralmente.

As espécies de interesse da Helmintologia Médica (humana) pertence ao grupo Digenea, onde todos apresentam como hospedeiros intermediários iniciais moluscos Gastrópodes (caramujos).

Dependendo da espécie podem estar presentes em hábitats/sítios distintos, como intestino, fígado, pulmões, sangue (dentro do hospedeiro definitivo)

TREMATODAS INTESTINAIS

Intestinais:

Fasciolopsis buski

Heterophyes heterophyes

Metagonius yokogawai

Echinostomatidae

Nanophytus salmincola

Gastrodiscoides hominis

Alaria sp

Hepáticos:

Clonorchis sinensis

Opisthorchis felineus

Opistorchis viverrini

Fasciola hepatica

Fasciola gigantica

Dicrocoelium dendricum

Pulmonares:

Paragonimus westermani

Sanguíneos:

Schistosoma sp

TREMATODAS SANGUÍNEOS

Schistosoma

S. mansoni ► veias do intestino grosso

S. japonicum ► veias do intestino delgado

S. haematobium ► veias do sistema genito-urinário

S. intercalatumS. mekongi Distribuição restritaS. malayensis

Introdução aos Trematodas

Question 4

Filarídeos

Accepted Answer

Filarídeos

Classe Nematoda

Família Filariidae

Wuchereria bancrofti

Brugia malayi

Brugia timori

Onchocerca volvulus

Loa loa

Mansonella perstans

Mansonella ozzardi

Mansonella streptocerca = Dipetalonema streptocerca

Acometem de 5 – 10% da população mundial se incluirmos Dracunculus medinensis e Dirofilaria immitis (zoonose)

Família Filariidae

MORFOLOGIA

Filiformes / brancos – ligeiramente amarelados
2 – 50 cm de comprimento
Fêmea – dobro do tamanho do macho
Cavidade bucal não proeminente
Vivíparos ► microfilárias (larvas)
Macho – com 2 espículos copulatórios

Microfilárias

Variam entre as espécies na morfologia, localização no hospedeiro e tipo de periodicidade
Apresenta um envoltório delicado, com origem na casca do ovo ► bainha
A bainha esta presente em: Wuchereria bancrofti, Brugia malayi, B. timori e Loa loa
Apresentam uma coluna de células cujos núcleos se coram profundamente e representam os rudimentos do intestino e outros órgãos ► ocupam quase toda a extensão do corpo das microfilárias ► auxilia na identificação da espécie em questão

Introdução aos Filarídeos

Question 5

Infecção ou Infestação?

Accepted Answer

A OMS (Organização Mundial de Saúde) sugere que o uso do termo infecção seja usado para os endoparasitas (endoparasitismo) no sentido global, incluindo vírus, bactérias, protozoários e helmintos. E o termo infestação deve ser usado para os ectoparasitos (ectoparasitismo), como por exemplo, insetos e ácaros.

Erroneamente muitos usam o termo infestação para helmintos, mesmo aqueles tissulares (por exemplo, "infestação por Schistosoma" quando deveria ser infecção).

Introdução a Parasitologia

Question 6

Nematohelmintes - Nematoda

Accepted Answer

Filiformes - Vermes Redondos ("round worms")

Bem-sucedidos ► ampla distribuição em diversos hábitats distintos

Maioria de vida livre ► > 300 mil espécies

50 espécies parasitas do homem
12 espécies mais importantes ► infectam acentuada parcela da população mundial ► espoliação, doenças,
incapacidades físicas e perda de recursos econômicos
Mais de 340 espécies de helmintos já foram descritas parasitando o homem

MORFOLOGIA

Tamanho ► 1-3 mm (Strongyloides) até ~ 1 m (Dracunculus medinensis)
Sexos separados (dióicos) com dimorfismo sexual
Fêmeas maiores que os machos
Machos com um enrolamento dorso-ventral da porção posterior do corpo
Ovo ► 4 estádios larvares (L1 a L4) ► L5 maturação sexual = verme adulto
Cutícula ► Hipoderme ► Musculatura ► Pseudoceloma

ALIMENTAÇÃO

"Estratégias":

Helmintos que vivem no interior do TD e se alimentam de microorganismos e material existente na luz do órgão (Ascaris e Enterobius)
Vivem na luz intestinal e são desprovidos de cápsula bucal agressiva ► penetram na mucosa e provocam histólise (Trichuris)
Se alimentam da mucosa intestinal ► cápsulas bucais adaptadas (Ancylostoma)
Vivem nos tecidos ► histólise, sangue, linfa, líquidos inflamatórios ou celomáticos (Wuchereria, Onchocerca e as larvas de Ascaris, Necator, Ancylostoma e Strongyloides)

Introdução aos Nematodas

Question 7

Cestoda

Accepted Answer

Animais em forma de fita (poucos mm até 10-15m) e corpo achatado dorso-ventralmente.

As espécies de interesse da Helmintologia Médica (humana) pode utilizar o homem como hospedeiro definitivo (verme adulto) ou como hospedeiro intermediário (larvas do parasito).

Classe Cestoda

Cestoda

Diphyillobothrium latum

Hymenolepis nana

Hymenolepis diminuta

Dipylidium caninum

Echinococcus granulosus

Echinococcus multilocularis

Taenia saginata

Taenia solium

Patogenicidade:

Introdução aos Cestoda

Question 8

O que um organismo comensal?

Accepted Answer

Na relação interespecífica chamada de comensalismo, uma espécie é beneficiada e a outra não é afetada.

Assim, por definição, os organismos comensais NÃO causam prejuízos/espoliações aos seus "hospedeiros"... eles apenas os usam como um "meio ambiente" sem causar lesões.

Reparem que isso é crucial, pois se os comensais não causam lesão ou espoliação NÃO necessitam que seus hospedeiros sejam tratados.

Isso abre uma grande dificuldade no diagnóstico parasitológico. Não podemos confundir um comensal com um parasito, ou vice-versa. Desta forma, se diagnosticamos um comensal como sendo um parasito, o paciente será tratado sem qualquer necessidade. Se diagnosticamos um parasita como comensal, o paciente ficará sem o devido tratamento.

Devemos conhecer e separar parasitos dos comensais para termos um diagnóstico adequado e preciso. Contudo, esta não é sempre uma missão fácil.

Introdução a Parasitologia

Question 9

Infecção parasitária e cronicidade

Accepted Answer

Os parasitos existem em decorrência de um processo de co-evolução entre o parasito e seu hospedeiro. Este processo pode demorar milhares de anos e ao longo dele, os hospedeiros também desenvolvem evolutivamente caraterísticas que tendem a minimizar os prejuízos da interação com o parasita.

Assim, muitas das infecções parasitárias apresentam um curso cronico que, muitas vezes se fundamenta em um "virtual equilíbrio parasito-hospedeiro".

A cronicidade das infecções parasitárias (muitas vezes observada) gera um malefício acentuado, pois muitos hospedeiros infectados só apresentarão sinais e sintomas em uma fase avançada de espoliação ou alterações tissulares. Muitas vezes nestas fases avançadas, o tratamento do parasitismo pode não restabelecer a saúde plena dos hospedeiros, frente as lesões desenvolvidas lentamente mas de forma prolongada e constante.

Outro aspecto negativo da cronicidade das infecções parasitárias é que os hospedeiros sem sintomas são fontes de eliminação de estruturas parasitárias infectantes, que contaminarão o meio externo e levarão a infecção à outros hospedeiros.

Introdução a Parasitologia

Question 10

Transmissão das infecções parasitárias

Accepted Answer

Várias formas de transmissão: contato direto, solo, alimentos, água, vetores artrópodes, mãe ► prole e vetores vertebrados.

O contato direto da forma infectante do parasito pela via mão-boca, por exemplo, ou após contato com o solo ou fômites que contenham formas infectantes (cistos - protozoários ou ovos e larvas - helmintos. Alguns infectam por um mecanismo passivo como a ingestão acidental de ovos de Ascaris lumbricoides presentes nas mãos que tiveram contato como o solo. Contudo, outro parasitos infectam de forma ativa quando suas larvas infectantes penetram na pele do hospedeiro que teve contato como o solo (larva L3 de Ancilostomídeos ou de Strongyloides stercoralis) ou contato com as cercárias de Schistosoma enquanto se banha em águas de córregos e represas.

Algumas parasitoses podem ser transmitidas exclusivamente pela ingestão de certos alimentos, como a ingesta de cisticerco de Taenia saginata na carne de bovinos. É importante frisar que estas parasitoses são chamadas em inglês de "Food born diseases" (Doença oriunda do alimento). Existem diversos outros exemplos.

Parasitoses como a giardíase e a criptosporidíase são frequentemente transmitidas pela água (ingestão) e são chamadas frequentemente de em inglês de "Water born diseases" (Doença oriunda da água).

Os artrópodes também são importantes hospedeiros de várias infecções parasitárias, por vezes funcionando como hospedeiro definitivo (Anopheles na malária) seja como hospedeiro intermediário (Culex na filaríase linfática). Estes hospedeiros funcionam como vetores biológicos importantes pois estão diretamente envolvidos nas transmissão de diversas parasitoses.

Uma forma de transmissão que tem crescido em importância e transmissão congênita (transmissão vertical ou mãe ► prole) onde os parasitas que estão infectando as grávidas infetam os tecidos do feto. Desta forma, o recém-nato pode apresentar ou não sinais e sintomas relacionados a infecção, porém ele alberga o parasito em questão. O exemplo mais relevante é a toxoplasmose.

A transmissão por vertebrados diretamente acaba, de alguma forma, se encaixando em um dos mecanismos acima. Diferente do que vemos na virologia onde a mordedura de cães ou alguns morcegos pode levar a infecção pelo vírus da raiva, em parasitologia alguns vertebrados podem até "servir de substrato" para a forma infectante, facilitando a transmissão (como por exemplo, ovos de Echinococcus granulosus aderidos ao focinho de um cão que ao ser beijado por uma criança levam a infecção) mas não tem um papel ativo no processo.

Introdução a Parasitologia