Question 1

O que um organismo comensal?

Accepted Answer

Na relação interespecífica chamada de comensalismo, uma espécie é beneficiada e a outra não é afetada.

Assim, por definição, os organismos comensais NÃO causam prejuízos/espoliações aos seus "hospedeiros"... eles apenas os usam como um "meio ambiente" sem causar lesões.

Reparem que isso é crucial, pois se os comensais não causam lesão ou espoliação NÃO necessitam que seus hospedeiros sejam tratados.

Isso abre uma grande dificuldade no diagnóstico parasitológico. Não podemos confundir um comensal com um parasito, ou vice-versa. Desta forma, se diagnosticamos um comensal como sendo um parasito, o paciente será tratado sem qualquer necessidade. Se diagnosticamos um parasita como comensal, o paciente ficará sem o devido tratamento.

Devemos conhecer e separar parasitos dos comensais para termos um diagnóstico adequado e preciso. Contudo, esta não é sempre uma missão fácil.

Introdução a Parasitologia

Question 2

Infecção parasitária e cronicidade

Accepted Answer

Os parasitos existem em decorrência de um processo de co-evolução entre o parasito e seu hospedeiro. Este processo pode demorar milhares de anos e ao longo dele, os hospedeiros também desenvolvem evolutivamente caraterísticas que tendem a minimizar os prejuízos da interação com o parasita.

Assim, muitas das infecções parasitárias apresentam um curso cronico que, muitas vezes se fundamenta em um "virtual equilíbrio parasito-hospedeiro".

A cronicidade das infecções parasitárias (muitas vezes observada) gera um malefício acentuado, pois muitos hospedeiros infectados só apresentarão sinais e sintomas em uma fase avançada de espoliação ou alterações tissulares. Muitas vezes nestas fases avançadas, o tratamento do parasitismo pode não restabelecer a saúde plena dos hospedeiros, frente as lesões desenvolvidas lentamente mas de forma prolongada e constante.

Outro aspecto negativo da cronicidade das infecções parasitárias é que os hospedeiros sem sintomas são fontes de eliminação de estruturas parasitárias infectantes, que contaminarão o meio externo e levarão a infecção à outros hospedeiros.

Introdução a Parasitologia

Question 3

Transmissão das infecções parasitárias

Accepted Answer

Várias formas de transmissão: contato direto, solo, alimentos, água, vetores artrópodes, mãe ► prole e vetores vertebrados.

O contato direto da forma infectante do parasito pela via mão-boca, por exemplo, ou após contato com o solo ou fômites que contenham formas infectantes (cistos - protozoários ou ovos e larvas - helmintos. Alguns infectam por um mecanismo passivo como a ingestão acidental de ovos de Ascaris lumbricoides presentes nas mãos que tiveram contato como o solo. Contudo, outro parasitos infectam de forma ativa quando suas larvas infectantes penetram na pele do hospedeiro que teve contato como o solo (larva L3 de Ancilostomídeos ou de Strongyloides stercoralis) ou contato com as cercárias de Schistosoma enquanto se banha em águas de córregos e represas.

Algumas parasitoses podem ser transmitidas exclusivamente pela ingestão de certos alimentos, como a ingesta de cisticerco de Taenia saginata na carne de bovinos. É importante frisar que estas parasitoses são chamadas em inglês de "Food born diseases" (Doença oriunda do alimento). Existem diversos outros exemplos.

Parasitoses como a giardíase e a criptosporidíase são frequentemente transmitidas pela água (ingestão) e são chamadas frequentemente de em inglês de "Water born diseases" (Doença oriunda da água).

Os artrópodes também são importantes hospedeiros de várias infecções parasitárias, por vezes funcionando como hospedeiro definitivo (Anopheles na malária) seja como hospedeiro intermediário (Culex na filaríase linfática). Estes hospedeiros funcionam como vetores biológicos importantes pois estão diretamente envolvidos nas transmissão de diversas parasitoses.

Uma forma de transmissão que tem crescido em importância e transmissão congênita (transmissão vertical ou mãe ► prole) onde os parasitas que estão infectando as grávidas infetam os tecidos do feto. Desta forma, o recém-nato pode apresentar ou não sinais e sintomas relacionados a infecção, porém ele alberga o parasito em questão. O exemplo mais relevante é a toxoplasmose.

A transmissão por vertebrados diretamente acaba, de alguma forma, se encaixando em um dos mecanismos acima. Diferente do que vemos na virologia onde a mordedura de cães ou alguns morcegos pode levar a infecção pelo vírus da raiva, em parasitologia alguns vertebrados podem até "servir de substrato" para a forma infectante, facilitando a transmissão (como por exemplo, ovos de Echinococcus granulosus aderidos ao focinho de um cão que ao ser beijado por uma criança levam a infecção) mas não tem um papel ativo no processo.

Introdução a Parasitologia

O que um organismo comensal?

Infecção parasitária e cronicidade

Transmissão das infecções parasitárias

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