Question 1

O que um organismo comensal?

Accepted Answer

Na relação interespecífica chamada de comensalismo, uma espécie é beneficiada e a outra não é afetada.

Assim, por definição, os organismos comensais NÃO causam prejuízos/espoliações aos seus "hospedeiros"... eles apenas os usam como um "meio ambiente" sem causar lesões.

Reparem que isso é crucial, pois se os comensais não causam lesão ou espoliação NÃO necessitam que seus hospedeiros sejam tratados.

Isso abre uma grande dificuldade no diagnóstico parasitológico. Não podemos confundir um comensal com um parasito, ou vice-versa. Desta forma, se diagnosticamos um comensal como sendo um parasito, o paciente será tratado sem qualquer necessidade. Se diagnosticamos um parasita como comensal, o paciente ficará sem o devido tratamento.

Devemos conhecer e separar parasitos dos comensais para termos um diagnóstico adequado e preciso. Contudo, esta não é sempre uma missão fácil.

Introdução a Parasitologia

Question 2

Oncocercose - Ciclo Biológico

Accepted Answer

Oncocercose - Ciclo Biológico

https://malcolm-en-gb.s3.eu-west-1.amazonaws.com/instances/WsQOGqDuhL/resources/COqwk0HBNN/O_volvulus_LifeCycle.png (O_volvulus_LifeCycle.png)

Ciclo ilustrado do CDC

Oncocercose - Onchocerca volvulus

Question 3

Oncocercose - Diagnóstico

Accepted Answer

DIAGNÓSTICO

Clínico

Laboratorial:

Histórico + eosinofilia ► sugestivo

Microfilária em fragmentos de pele
Levantar a pele com a ponta de uma agulha e retirar 2 a 3 mm2 do ápice da pele levantada com uma lâmina de barbear ou bisturi (sem sangramento).
Existem instrumentos (perfuradores - punchers) ► retiram cerca de 1 mg de pele de forma rápida e indolor
Várias amostras de diferentes locais preferencialmente: crista ilíaca (África) e região escapular (América)
Colocar fragmentos em poços de placas de titulação (96 poços) contendo 100 µL de solução salina por 10’ a 24 horas ► observar sob microscópio a motilidade da larva
Diferenciar de Mansonella ozzardi (pp sangue) ► Caribe e América (Centro-Sul)
Diferenciar de Mansonella streptocerca ► África
Diferenciar de Mansonella pertans e Loa loa (pp sangue) ► África

Se carga parasitária for baixa ► sorologia ► reações cruzadas Ag OV-16 ► ELISA

Nodulectomia

Ecografia dos nódulos

Diagnóstico diferencial

Diferenças morfológicas das microfilárias ► Loaíase e infecção por Mansonella streptocerca
E também diferenças nas áreas endêmicas entre elas

Oncocercose - Onchocerca volvulus

Question 4

Oncocercose - Profilaxia

Accepted Answer

Profilaxia

Controle do hospedeiro intermediário (vetor)
Destruição de larvas aquáticas dos dípteros
Pulverização com inseticidas ► ambiente silvestre (mais fácil no período seco) ► deve ser acompanhado de outras medidas. Bom resultado na Bacia do Rio Volta (África) ► custo elevado
Redução de indivíduos reservatórios
Merck Sharp & Dohme ► Ivermectina gratuita para países que organizam campanhas de tratamento em massa ► dose oral simples (quase sem efeitos colaterais) ► 6 – 12 meses de intervalo ► resultados promissores

Oncocercose - Onchocerca volvulus

Question 5

Oncocercose - Sinais e Sintomas

Accepted Answer

Alterações Patológicas e Sintomatologia

** Tecido sub-cutâneo, pele e olhos**

GERAL:

Período inicial (meses a 1 ano)

Sintomas – se a carga parasitária baixa: prurido na pele, urticária ou rash, eosinofilia (transiente)

NÓDULOS

5 – 25 mm
África ► qualquer parte do corpo (tronco, braços, coxas)
América ► cabeça e ombros ► regiões mais altas e com maior cobertura de vestimentas
Número médio de nódulos ► 3 a 6 (150 já foi descrito)
Nódulos recentes ► inicialmente reação inflamatória e mais tarde uma reação granulomatosa de corpo estranho ao redor dos vermes com granulócitos, células endoteliais, plasmócitos e linfócitos
Nódulos mais antigos ► contém fibroblastos, células endoteliais, células gigantes e uma cápsula externa fibrótica ► caseificação, fibrose e calcificação

África ► inicia-se ainda crianças ► prurido que desaparece ou pode persistir por toda a vida.

ENVOLVIMENTO OCULAR

Maior risco ► cegueira
Depende do local, intensidade e duração da infecção
Olhos ► armadilha para penetração das microfilárias ► qualquer tecido ocular ► córnea, coróide, íris e câmara anterior ou posterior
Resposta imunológica aos antígenos das microfilárias (principalmente quando mortas)
Fotofobia, lacrimejamento, blefaroespasmo e sensação de corpo estranho
Conjuntiva ► conjuntivite com pequenos nódulos, dilatação dos vasos e pontos escuros nas margens.
Mudanças lentas ► processo esclerótico ► 7 – 9 anos após infecção inicial
Queratite puntiforme ► Opacidade (flocos de neve) ► 1 – 2 mm diâmetro ► infiltração da córnea por leucócitos ou microfilárias mortas
Desenvolvimento de irite difusa ► espessamento e sinéquias ► pupila em forma irregular (pêra) ► íris aderente à cápsula anterior do cristalino ► atrofia ► despigmentação (aspecto de pedra pomes)
Lesões da câmara posterior são pouco compreendidas ► corioretinites e atrofias do nervo óptico podem ocorrer
Prognóstico favorável ► se não houver comprometimento ocular sério
Evitar tratamento com Dietilcarbamazina em pacientes com microfilária nos olhos ► morte destes com dano ao tecido

Oncocercose - Onchocerca volvulus

Question 6

Oncocercose - Tratamento

Accepted Answer

TRATAMENTO

SURAMINA = única adulticida

IVERMECTINA

Microfilaricida

Age de forma mais lenta que a DEC

Age em estágios intra-uterinos ► tempo para o reaparecimento das µf nos tecidos é maior que quando a DEC é usada
Infecções brandas podem ser controladas pela administração de dose única oral, 6/6 meses, sem necessidade de uso de adulticida (Suramina)

DIETILCARBAMAZINA (DEC)

Usado se não há envolvimento ocular da infecção e preferencialmente, se ivermectina não estiver disponível
Microfilaricida ► uso + indicado em infecções leves
25 mg bid / vários dias ► 50 mg bid / 12 dias
Analgésicos e antihistamínicos ► destruição das microfilárias
Eventualmente prednisolona (curto período) ► em casos mais severos de reação ao tratamento

SURAMINA (adulticida)

Altas cargas parasitárias, principalmente aquelas com patologia ocularDroga tóxica

Contra-indicada para gestantes e nefropatas oncocercíase parece causar algum dano renal imunomediado)
Requer monitorização do paciente
Administração intravenosa lenta
Intervalos semanais
200 mg (1ª sem) ► 1 g (2ª sem) ► até 4 – 5 g

CIRÚRGICO:

Remoção cirúrgica (se nódulos estão acessíveis) ► nodulectomia
Remoção de adultos e parte das microfilárias
Principalmente aqueles nódulos localizados na cabeça ► lesão ocular (?)

Aviso Legal: Procure um médico antes de iniciar qualquer tratamento.

Oncocercose - Onchocerca volvulus

Question 7

Oncocercose ou Oncocercíase ou Cegueira dos Rios

Accepted Answer

Oncocercose ou Cegueira dos Rios

Q: Oncocercose - Tratamento

TRATAMENTO SURAMINA = única adulticida IVERMECTINA Microfilaricida Age de forma mais lenta que a DEC Age em estágios intra-uterinos ► tempo para o reaparecimento das µf nos tecidos é maior que quando a DEC é usada Infecções brandas podem ser controladas pela administração de dose única oral, 6/6 meses, sem necessidade de uso de adulticida (Suramina) DIETILCARBAMAZINA (DEC) Usado se não há envolvimento ocular da infecção e preferencialmente, se ivermectina não estiver disponível Microfilaricida ► uso + indicado em infecções leves 25 mg bid / vários dias ► 50 mg bid / 12 dias Analgésicos e antihistamínicos ► destruição das microfilárias Eventualmente prednisolona (curto período) ► em casos mais severos de reação ao tratamento SURAMINA (adulticida) Altas cargas parasitárias, principalmente aquelas com patologia ocular Droga tóxica Contra-indicada para gestantes e nefropatas oncocercíase parece causar algum dano renal imunomediado) Requer monitorização do paciente Administração intravenosa lenta Intervalos semanais 200 mg (1ª sem) ► 1 g (2ª sem) ► até 4 – 5 g CIRÚRGICO: Remoção cirúrgica (se nódulos estão acessíveis) ► nodulectomia Remoção de adultos e parte das microfilárias Principalmente aqueles nódulos localizados na cabeça ► lesão ocular (?) Aviso Legal: Procure um médico antes de iniciar qualquer tratamento. Oncocercose - Onchocerca volvulus

Q: Oncocercose ou Oncocercíase ou Cegueira dos Rios

Oncocercose ou Cegueira dos Rios Heteroxênicos Onchocerca volvulus Homem é o único hospedeiro definitivo conhecido Fêmea – 30 a 50 cm comprimento Vivem em nódulos cutâneos Hospedeiros intermediários são Dipteros do gênero Simulium ► preferencia oviposição em águas muito oxigenadas e revoltas (próximo as cachoeiras, por exemplo) Oncocercose - Onchocerca volvulus

Q: Sarcosporidíase - Introdução

Agente Etiológico Reino: Protista Sarcocystis sp Afeta mamíferos, aves, répteis e peixes Sarcocystis hominis - (antes Isospora hominis ) S. suihominis S. lindemanni (?) Ciclo biológico heteroxênico ► 2 hosp. Vertebrados Relação ecológica ► Presa x Predador Presa (esquizogonia - herbívoros ou onívoros) Cosmopolita OMS (1981) ► prevalência em humanos: 6 – 10 % (???) Prevalência maior em pessoas com alto padrão de vida e higiene (maior consumo de carnes (?)). Sacosporidíase - Sarcocystis spp

Heteroxênicos

Onchocerca volvulus

Homem é o único hospedeiro definitivo conhecido

Fêmea – 30 a 50 cm comprimento

Vivem em nódulos cutâneos

Hospedeiros intermediários são Dipteros do gênero Simulium ► preferencia oviposição em águas muito oxigenadas e revoltas (próximo as cachoeiras, por exemplo)

Oncocercose - Onchocerca volvulus

Question 8

Outros Métodos menos Frequentes

Accepted Answer

https://malcolm-en-gb.s3.eu-west-1.amazonaws.com/instances/WsQOGqDuhL/resources/4RB7eTBy9q/Tabela%20outros%20metodos%20Material%20Fecal.png (Tabela outros metodos Material Fecal.png)

Métodos Parasitológicos

Question 9

Sarcosporidíase - Ciclo biológico e Sinais e Sintomas

Accepted Answer

CICLO BIOLÓGICO

Hosp. intermediários (ingestão de oocistos)
▼
Multiplicação em células endoteliais (do fígado ou cérebro)
▼
Invasão muscular
▼
Cistos (até 5 cm (?) - membrana com estriações e septos)
Metrócitos (não infectantes) e bradizoitos
▼
Predador (carnívoro)
▼
Mucosa intestinal (rep. sexuada sem prévia esquizogonia)
▼
Oocisto nas fezes (muitas vezes confundido com Cystoisospora)
Oocisto rompe-se com facilidade ► 2 esporocistos já maduros

https://malcolm-en-gb.s3.eu-west-1.amazonaws.com/instances/WsQOGqDuhL/resources/TWJPXEXwdv/Sarcocystis_LifeCycle_v3.png (Sarcocystis_LifeCycle_v3.png)

Ciclo biológico ilustrado de Sarcocystis - CDC

Sinais e Sintomas

Homem como hospedeiro definitivo:

Normalmente assintomática
Período pre-patente de ► 10 dias
3 – 6 horas após ingestão ► náuseas, dor abdominal e diarréia
Sintomas presentes em imunocomprometidos
Diarréia

Homem como hosp. intermediário (raro – 40 casos descritos duvidosos):

Dor muscular localizada (miosite), mal-estar, febre
Degeneração do cisto com infiltrados de linfócitos, plasmócitos e eosinófilos
Eosinófilia
Dispnéia
Desaparecimento espontâneo

Sacosporidíase - Sarcocystis spp

Question 10

Sarcosporidíase - Diagnóstico

Accepted Answer

DIAGNÓSTICO

Métodos de concentração ► procura de esporocistos nas fezes

Homem como hospedeiro definitivo ► eliminação de esporocistos (geralmente sem parede do oocisto)

Um esporocisto isolado ou ligado a outro

Sarcocystis hominis (antes Isospora hominis) e S. suihominis

Sarcosporidiose muscular ► IFI ou Fixação de complemento ou biópsia muscular

Sacosporidíase - Sarcocystis spp

Question 11

Sarcosporidíase - Introdução

Accepted Answer

Agente Etiológico

Reino: Protista

Sarcocystis sp

Afeta mamíferos, aves, répteis e peixes

Sarcocystis hominis - (antes Isospora hominis)

S. suihominis

S. lindemanni (?)

Ciclo biológico heteroxênico ► 2 hosp. Vertebrados

Relação ecológica ► Presa x Predador

Presa (esquizogonia - herbívoros ou onívoros)

Cosmopolita

OMS (1981) ► prevalência em humanos: 6 – 10 % (???)

Prevalência maior em pessoas com alto padrão de vida e higiene (maior consumo de carnes (?)).

Sacosporidíase - Sarcocystis spp

Question 12

Sarcosporidíase - Tratamento e Profilaxia

Accepted Answer

Tratamento

Normalmente auto-limitante

Sem medicação adequada

Aviso Legal: Procure um médico antes de iniciar qualquer tratamento.

Profilaxia

Esporocistos resistentes ao tratamento de esgoto
Consumo de carne bem passadas (congelamento reduz o número de cistos viáveis)
Evitar poluição fecal do solo
Não usar dejetos humanos como adubo
Inspeção do gado abatido

Sacosporidíase - Sarcocystis spp

Question 13

Teníase

Accepted Answer

Teníase

Agente etiológico: Taenia saginata ou Taenia solium

Classificação:

Morfologia:

***Taenia saginataAdulto:

Escólex ► - piriforme

Proglotes - madura 2 lobos ovarianos

ramos laterais do útero (15-30 por lado)

Ovo

embrióforo radialmente estriado
30-40 µm envolvendo o embrião hexacanto (ou oncosfera)
indistinguível do ovo de T. solium

***Taenia solium

HD ► apenas o homem

HI ► porco, porém por vezes o homem

Adulto ► 1 a 4 metros - chegando até 8m

Teníase - Taenia spp

Question 14

Teníase - Ciclo Biológico

Accepted Answer

Teníase - Ciclo Biológico

HABITAT

***Taenia saginata

***Taenia solium

CICLO BIOLÓGICO

***Taenia saginata

Cysticercus bovis (5 -10 mm)

***Taenia solium

Cysticercus cellulosae (5 -10 mm)

Taenia saginata / Taenia solium

https://malcolm-en-gb.s3.eu-west-1.amazonaws.com/instances/WsQOGqDuhL/resources/qNiECnukJF/Taenia_LifeCycle.png (Taenia_LifeCycle.png)

Ciclo ilustrado do CDC

Teníase - Taenia spp

Question 15

Teníase - Diagnóstico

Accepted Answer

DIAGNÓSTICO

Laboratorial:

proglotes ou ovos nas fezes ou região perianal identificação das

método da fita adesiva ► + eficaz que busca de ovos nas fezes (principalmente para T. saginata)

**Diagnóstico específico: **

***Taenia saginata · proglotes com 15 - 30 ramos uterinos laterais (em cada lado)

***Taenia solium · escólex com dupla coroa de acúleos (tamisação das fezes)

Imunodiagnóstico

Teníase - Taenia spp